Pisco várias vezes os olhos, mas estes demorar a adaptar-se.
- Dylan? - Pergunta uma voz muito fraca
Começo a ver melhor o ambiente e reconheço que está alguém à minha frente. Sentado e amarrado numa cadeira.
É a Heather. Dou um safanão na cadeira.
- Heather? - Pergunto
Ela parece fraca e parece muito cansada.
- O que se passa? - Pergunto rapidamente, tentando soltar-me da cadeira
- A Rhonda...e o Russel. Levaram o velhinho. Ele está lá em...cima. - Informa ela, pausadamente
- O que se passa contigo? - Pergunto preocupado
Ela parece muito pálida.
- Eles...infetaram-me.
Não acredito no que oiço.
- Não, não, não... - Sussurro
- Eles querem que...eu me transforme à tua frente. E claro...depois mato-te. - Geme ela - Por isso, Dylan, tens de sair...daqui.
- Não Heather! Eu vou sair daqui contigo. - Digo-lhe
Ela faz um leve sorriso.
- Pensava que estavas zangado comigo. - Declara ela
A Heather tem razão. Eu estava mesmo muito zangado com ela.
- Eu sou um parvo, acho que já percebeste. - Digo-lhe
Ela dá uma risada.
Começo a abanar a cadeira com toda a minha força, para a conseguir partir. Ela cai ao chão e parte-se.
Liberto-me das cordas.
- Vamos lá. - Encaminho-me até à cadeira da Heather
- Não Dylan. - Diz ela - É melhor ficar aqui.
Reconheço que ela tem razão. Se ela se transformar, fica ali presa durante um tempo.
Saio da misteriosa sala e reparo que existe um pé-de-cabra perto da porta. Agarro-o e aperto-o com força.
- Espera Dylan... - Sussurra a Heather
Volto até ela.
- Boa sorte. - Diz ela com um sorriso
Sorrio-lhe e dou-lhe um beijo na mão.
- Vou ter. - Reconforto
Ela olha seriamente para mim e eu fico preso ao seu olhar. De repente, beijo-a.
Ela sorri.
- Agora vai. - Diz ela
Pisco-lhe o olho, tentando reconfortá-la e saio da sala.
Existem umas escadas de madeira para subir para o piso de cima. Isso significa que estamos debaixo de terra, pois não me lembro de ver outro andar na cabana do lado de fora.
Subo as escadas devagar e abro a porta sem barulho. A sala de estar está vazia. Entro e escondo-me atrás de um grande sofá.
De repente, aparece o Russel. O meu coração começa a bater freneticamente, pois posso ser apanhado.
- Pensei ter ouvido algo. - Diz ele para a Rhonda, onde supostamente está cozinha
Ele prepara-se para voltar à cozinha, mas atiro uma pedrinha que se encontra em cima da mesa, perto do sofá. A pedra bate na porta que se abre devagar, provocando uma enorme chiadeira.
Ele vira-se de repente e anda devagar até à porta. Ele coloca a mão na maçaneta da porta e abre-a rapidamente, atirando-se para as primeiras escadas.
Ele fica confuso, pois não vê ninguém, então atiro-me para cima dele e espeto-lhe a ponta aguçada do pé-de-cabra por detrás do pescoço.
Ele emite um som estranho e cai no chão, provocando um estrondo enorme.
- Russel? - Pergunta a Rhonda, da cozinha
O Russel revira os olhos e o seu sangue pinga pelas escadas.
Devagar, vou até à cozinha. A Rhonda já deve ter percebido.
Levanto-me e entro na cozinha, com o pé-de-cabra na frente. Ela tem uma arma nas mãos e treme como uma vara verde.
- O que fizeste ao Russel? - Pergunta ela, furiosa
- Dei-lhe umas festinhas no pescoço. - Ironizo
Ela fica de olhos muito abertos e aponta-me a arma com mais força.
Vejo o velhinho detrás dela, de pé em frente à secretária onde se encontra a cura. O velho faz-me sinal. Ele aponta para a barriga dela.
Ah! Ele quer que eu a atinja ali, depois de ele fazer alguma coisa. Aceno com a cabeça devagar.
- Anda lá, Rhonda! Força! - Digo-lhe
Ela parece cada vez mais furiosa.
- Dispara. Ou estás ainda com pena do pequeno Russel? - Digo
Ela fica vermelha de raiva e aceno com a cabeça ao velho.
A Rhonda prepara-se para disparar, mas o velho agarra-lhe pelas costas e consegue derrubá-la. Ela dispara a arma, mas não me atinge.
Chego perto dela e enfio-lhe o pé-de-cabra mesmo na barriga.
- Urgh! - Grita ela
Os olhos dela ficam muito abertos e a boca tenta dizer algo, mas apenas sai sangue.
- É a vida Rhonda! Os maus vão-se embora e ainda conseguem levar os bons consigo, mas os melhores de todos ficam. Não é o teu caso. - Digo-lhe
Empurro mais o pé-de-cabra e ela morre.
- Rapaz. - Sussurra uma voz perto da Rhonda
O velhinho está no chão, com sangue perto dele, mas não sei se pertence à Rhonda.
- Ela atingiu-me. - Diz ele
Agarro-o.
- Não pode morrer, senhor. Ainda não temos a cura. - Imploro
Ele dá um risinho.
- Está um caderno no meu quarto. Tem lá a receita. Tudo o que precisam...está lá. - Diz ele, muito ofegante - Salvem o mundo, por favor.
Ele começa a contocer-se.
- Calma. - Digo-lhe baixinho
Ele sorri.
- Vou para um lugar melhor. - Diz ele sorridente
- Pois vai. - Sussuro-lhe
Ele tem um espamo e a sua respiração pára. Fecho-lhe os olhos e coloco-o deitado no sofá, pois ele não merecia morrer e acho que devia ter um túmulo apropriado.
Vejo que ainda existe, um pouco da cura num pequeno caldeirão, na cozinha. Coloco-o num copo que está perto de mim e corro para a sala onde a Heather se encontra.
Ela está ainda mais fraca. Não deve tardar muito para se transformar.
- Heather? - Pergunto-lhe quando chego perto dela
Ela não responde e só consigo ouvir a respiração dela.
- Já vais ficar boa. Tens de tomar isto tudo. - Digo-lhe
Ela não faz nada.
Encosto-lhe o copo à boca e ela abre-a muito devagarinho.
- Tens de beber. - Informo
Desço o líquido devagar pelo copo e ela dá goles devagarinho. Acho que está a correr bem.
- Pronto, já está. - Digo
Mas ela continua a não fazer nada.
- Heather? - Digo preocupado
De repente, ela começa a tremer muito rapidamente.
- Heather! - Grito, agarrando-a
Ela continua a tremer imenso e eu não sei o que fazer.
De repente, pára. A cabeça dela caí para o lado e vejo que os olhos dela estão fechados.
Coloco os dedos no pescoço e sinto pulsação. Está viva, mas por pouco.
Devagar, ela abre os olhos.
- Acho que...parou. - Diz ela
Ela sorri e eu beijo-a.
- Os outros? - Pergunta ela
- Estão mortos. - Informo
Ela pisca rapidamente os olhos.
- Não te preocupes, o velhinho deixou a receita. - Digo-lhe
Ela suspira aliviada. Desamarro-a e subimos para o andar de cima.
- Ela mudou de quarto, Doutora. - Diz uma enfermeira - Último quarto.
Corremos para a porta indicada e entro rapidamente no quarto.
- Maggie. - Digo, correndo para ela
Ela parece mais magra e fraca do que a última vez que a vi. A infeção deve estar quase completa.
- Conseguiste? - Pergunta ela curiosa
- Claro.
Entrego-lhe uma garrafinha com um pouco da cura. Ela bebe-a rapidamente e começa a tremer, como aconteceu com a Heather.
Desta vez, não fico tão preocupado e segundos depois, ela já recupera a consciência.
Abraço-a. Com força.
- Tinha tantas saudades tuas. - Suspira ela - Obrigada.
- E eu tuas, seu mosquito! - DIgo-lhe
Uma enfermeira entra pelo quarto.
- Senhora, o que fazemos com o homem gago que trouxe? - Pergunta a enfermeira
A Heather sorri-me. Decidimos trazer o Gago connosco, para este nos dar informações sobre os outros grupos de Infeção, para os conseguirmos exterminar.
- Interne-o na ala psiquiátrica. Ele precisa de uns tratamentos. - Diz ela
Rio-me. A Heather ri-se e a Maggie também.
- Ainda temos muito trabalho pela frente. - Digo-lhe - Vamos precisar do Gago operacional. - Digo-lhe, quando a enfermeira sai do quarto
- Nós vamos conseguir. - Diz ela
Levanto-me.
- Depois de exterminar-mos os grupos de Infeção, temos de espalhar a cura pelo mundo, para acabar com o vírus. - Digo
- Vai ser díficil. - Diz a Heather - Mas eu vou contigo.
De repente, o Russel e a Rhonda agarram em algo afiado e apontam-nos com eles.
- Calma! Não quero estragos! - Grita o velho histericamente
A Rhonda sorri malvadamente.
- Não estou a perceber! Como é que vocês podem infetar pessoas se não estão infetados? - Pergunta a Heather
- Costumas ser tão esperta e não sabes esta. Parva! - Diz a Rhonda aos gritinhos
Acho que percebi!
- Eles têm veneno de Infetado. - Digo
O Russel começa a rir. A Heather olha para mim duvidosa.
- Mas como? - Pergunta ela
- Nós matamos os Infetados e extraímos o veneno deles. O corpo queima, mas a boca deles continua intacta e é la que eles têm o veneno. Extraímos e está feito! - Revela ele
- Depois, fazemos dardos venenosos que distríbuimos pelo nosso grupo inteiro e eles tratam da coisa. - Diz a Rhonda
Sinto uma raiva enorme deles.
- Quantos são de vocês? - Pergunto
- Tantos que não dá para contar, Dylan! - Diz o Russel
Dou uma risada nervosa. Quero tanto partir-lhe a cara ao murro!
- E mesmo depois de vos ajudarmos vocês têm coragem de continuar com isso? - Grito
- Claro! Nós estamos a limpar o mundo! Os mais fortes ficam! - Diz a Rhonda
- Vocês são doentes! - Grita a Heather
A Rhonda avança para a Heather e agarra-lhe o braço.
- Larga-me sua macaca! - Grita a Heather
Atiro-me à Rhonda e dou-lhe um murro na cara. A Heather recua e protege o velho.
A Rhonda bate-me em cheio no peito e eu fico um pouco tonto, mas continuo a bater-lhe.
De repente, sinto uma dor aguda perto da barriga. Caio para o lado e vejo que o Russel acabou de me espetar a coisa aguçada.
Estou tonto no chão, mas consigo vê-lo a agarrar na Heather, que grita.
- Dylan! - Grita ela
Tento levantar-me, mas não sinto as pernas. Desisto e olho para o que está a acontecer.
- Está quieta! - Grita a Rhonda a plenos pulmões
A Heather leva um murro na cara e fica sem sentidos. Eles injetam qualquer coisa nela e oiço o velho gritar atrás de mim.
Continuo calado, a olhar para onde o meu melhor amigo está morto, já enterrado.
- Vamos Dylan. Temos de sair daqui. - Diz a Heather
Dou uma última olhadela à campa e agarro na minha mochila.
- Vamos. - Digo
Começamos todos a andar. Já se começa a avistar alguns raios de sol por entre os pinheiros.
- Achas que conseguimos eliminá-los a todos? - Pergunta a Heather
- Quase de certeza que sim. - Informa o Russel - Eles nunca são mais que vinte em algum lado, por isso, acho que os matamos a todos.
A Rhonda decide ir na nossa frente e o Russel atrás, pois eles são melhores na defesa. Devemos estar a chegar ao centro da floresta.
- Será que as pegadas no trilho não podiam ser dos Infetados? - Pergunto furiosamente
- Não. Eles gostam mais de andar pelas árvores e só pousam no chão para caçar. - Diz a Rhonda
Estou extremamente furioso. Detesto tudo!
De repente, num ataque de fúria, dou um pontapé ao que me aparece à frente.
- Calma Dylan! Estamos quase a chegar, de certeza! - Diz a Heather, colocando-me a mão no ombro
Tiro-lhe a mão do meu ombro. No fundo, foi ela a culpada da morte do Sam. A arma dela não estava a funcionar e por causa disso, ele morreu.
A Heather deve perceber o que eu estou a sentir e afasta-se um pouco, parecendo muito triste consigo mesma. Bem feito, acho eu.
- Acham que é ali que está a cura? - Pergunta a Rhonda, apontado para um lugar mais luminoso na floresta
Aproximo-me da Rhonda e olho para o ponto que ela aponta.
Vê-se uma pequena cabana de madeira e vê-se uma luz acesa dentro dela. De certeza é ali.
- É ali! Ali deve ser o esconderijo do velho, eu li no diário. - Diz a Heather muito feliz
Olho para ela. Se em vez de ler aquele diário em poucos minutos verifica-se a arma, o Sam estaria entre nós. Ela vê-me e fecha o seu sorriso.
- Então é melhor irmos já. - Declara o Russel - A noite deve estar a chegar e eu quero sair daqui.
- É melhor corrermos. - Digo
Corro na frente deles, o mais rápido que posso. Oiço os passos pesados da Rhonda atrás de mim.
Paro em frente da cabana. É ali que conseguirei a cura para a minha irmãzinha. E é hoje!
Espero pelo resto do pessoal e bato à porta. Ouve-se movimento dentro da casa.
- Quem é? - Diz uma voz rouca dentro da cabana
Oiço o barulho de chaves.
- Hum...Somos nós?! - Diz a Rhonda
O barulho para.
- E quem são vocês? - Diz o velho com uma risada
Reviro os olhos.
- Queremos apenas um pouco da cura. - Digo
O resto do meu grupo olha para mim surpreendido.
- Bonito! Agora não vai abrir de certeza! - Resmunga a Rhonda
De repente a porta abre-se.
Um velho, baixinho, com barbas enormes olha para mim de cima a baixo.
- Ok, podem entrar. - Diz ele devagarinho - Mas as armas ficam comigo.
Desconfiado entrego-lhe a arma. A Heather e o Russel fazem o mesmo, mas a Rhonda recusa-se.
- Se não deres a arma ficas cá fora. - Diz o velhote
A Rhonda resmunga e entrega a arma.
- Espera aí! - Grita o velho quando a Rhonda entra em casa - A faca que tens na meia.
A Rhonda vira-se surpreendida.
- Como soube que eu...
- São muitos anos do mesmo. - Diz ele, estendendo o mão para a Rhonda
A Rhonda bufa enervada e entrega a faca. O velho fecha a porta imediatamente.
- Então... - Diz ele olhando para nós - Querem a cura?
- Obviamente. - Digo-lhe
Ele olha para mim muito seriamente.
- Gosto de ti rapaz. - Diz ele de repente e começa a andar muito rapidamente até à divisão que deve ser a sala
A cabana parecia ser pequena por fora, mas por dentro é enorme.
Ele está de volta de uma mesa enorme, toda suja e cheia de papéis e umas misturas estranhas.
- Que é isso? - Pergunta o Russel
- A cura. - Diz o velho
Espreito para uma mistela que ele está a mexer.
- Isso é a cura? A grande cura? - Pergunta a Rhonda surpreendida - Isso parece um batido light!
O velho dá uma gargalhadazinha.
- Deixem-me explicar. - Diz ele - Aqui temos tudo o que o vírus detesta. Calor, silêncio, lentidão e claro, luz, muita luz.
- Mas isso não parece ter nada disso. - Digo
- Parece. - Diz o velho misteriosamente - A cura tem todas essas coisas. Deve ser servida muito quente, pois o vírus queima com o calor. A bebida fica cada vez mais grossa com o calor, impedindo que o som se oiça e que se engula muito pior, daí a lentidão. E a luz, porque a bebida deve ser servida num período muito luminoso, o meio-dia, pois depois de curado, o vírus não quer deixar a pessoa e precisa de luz para se afastar.
- Então é por isso que a velha aldeia estava posicionada num sítio de muito calor e luz! - Diz a Heather surpreendida
- Exatamente. Ali era a zona mais infetada, por isso era a que mais precisava da cura, então fizeram várias mudanças para a receberem. - Diz ele orgulhoso
O velho é mesmo muito inteligente!
- Mas espere aí. - Digo
Ele olha para mim.
- O vírus espalha-se com a mordidela dos Infetados, não é? - Pergunto
- Claro!
- Mas a minha irmã e os meus pais não foram mordidos. Como aconteceu? - Pergunto curioso
O velho olha para mim com dúvida na cara.
- Não faço a mínima ideia, meu rapaz. - Diz ele
- Mas eu faço.
Olho para o Russel. Ele está com um sorriso malvado na cara.
- É melhor termos cuidado... Esta floresta parece mesmo muito perigosa. - Avisa o Russel
Concordo com ele. Esta floresta parece perigosa e sombria só por fora, imagina lá dentro! Nem quero pensar no que se pode estar a esconder por detrás daqueles arbustos.
- É melhor irmos andando! Quanto mais depressa sairmos daqui é melhor para todos. - Diz a Heather
- Pela primeira vez, acho que concordo contigo, franganota! - Diz a Rhonda olhando para todos os galhos de todos os pinheiros
Começamos a andar e eu agarro firmemente a minha arma. O Sam decide ir na frente.
Chegamos a uma parte da floresta, em que esta se divide em muitos caminhos.
- Raios! Agora para onde vamos? - Pergunto
O Sam começa a olhar em volta muitas vezes.
- Pelo que dizia no diário do velho, muitos eram aqueles que queriam a cura, por isso deve ser o caminho com mais pegadas ou o mais gasto. - Deduz o Sam
- Ele tem razão. - Concorda o Russel
Escolhemos o caminho que nos parece o mais usado, ainda com algumas pegadas. A floresta fica cada vez mais sombria e cerrada à medida que nos aproximamos do centro desta.
- É melhor ligarmos as lanternas. - Diz a Heather, ligando a sua lanterna
Ligo a minha. É verdade que já não se vê um palmo à frente do nariz.
- Esperem. - Diz a Rhonda, muito baixinho e de repente - Desliguem as lanternas.
- Mas está escur...
- Cala-te e faz o que digo. - Diz ela furiosa
Desligamos as lanternas, um pouco desconfiados.
Consigo ver apenas o olho cintilante da Rhonda a dar muitas voltas.
- O que se passa Rhonda? - Pergunta o Russel
Ela suspira.
- Isto está muito silencioso para uma zona onde deveria estar a maioria dos animais. - Diz ela desconfiada - Apenas não liguem as lanternas.
- Achas que estão aqui Infetados? - Sussurra a Heather
- Tenho a certeza que eles estão por aí. Já se devem ter apercebido de nós. - Informa ela
- Mas nós não fizemos barulho algum, como é que eles nos deteteram? - Pergunta o Sam
- Eles são excelentes caçadores, detetam sons e calor humano ou artificial a muitos quilómetros de distância. Por isso, tentem não fazer mais barulho e nem liguem as lanternas, pois eles detetam-nos. - Resmunga ela
- Ok Rhonda, mas como vamos descobrir o sítio da cura sem vermos nada? - Pergunto furioso
- Apenas tenta andar.
Começamos a dar passos às cegas. Por vezes, toco na Heather ou no Russel com as mãos.
- Credo Heather, estás gelada! - Diz o Sam - Para de me agarrar!
- Sam? - Pergunta a Heather
- Que foi?
- Eu não estou a tocar em ninguém. - Diz a Heather assustada
Oiço o Sam parar.
- Rhonda, liga a lanterna. - Ordeno
Oiço-a procurar a lanterna e muito devagar, ela liga a lanterna.
Um ser branco como a neve, com dentes afiados e quase transparentes está agarrado ao braço do Sam, preparado para o morder.
O Sam empurra-o, mas um monte de Infetados começam a rodear-nos.
Saco a minha arma, que é igual às armas de todos, um lança-chamas e queimo o que se chega perto de mim.
- Ahhh! - Grita o Sam
O Infetado deitou-o ao chão e está prestes a saltar por cima dele.
A Heather está próxima do Sam e tenta queimar o Infetado, mas a sua arma não está a funcionar.
Corro para o Sam, o Infetado está quase a saltar.
- Não Dylan! - Grita o Sam quando se apercebe de mim
O Infetado salta e eu salto também, mas recebo um pontapé do Sam na barriga que me transporta para trás.
- Urhgaah! - O Infetado rosna quando já está em cima do Sam
- Sam! - Grito desesperado
O Infetado crava os dentes e as unhas afiadas no seu peito e começa a devorá-lo. O Sam grita e esbraçeja, mas não consegue atirar o Infetado.
Corro para ele e queimo o Infetado, este cai morto ao lado de Sam.
- Não, não, não! - Choro, ajoelhando-me perto do Sam
A Heather, o Russel e a Rhonda conseguem acabar com os outros e chegam perto do Sam.
- Sam, não feches os olhos! Não te atrevas a fazer-me isso. - Grito-lhe
O Sam abre e fecha os olhos cada vez mais devagar. De repente, ele faz um sorriso.
- Oh Dylan sempre foste uma porcaria em despedidas. - Sussurra ele
Olho para ele e dou uma pequena risada.
- A Heather vai cuidar de ti, não te vai acontecer nada, não é Heather? - Olho para ela com esperança
A Heather olha para mim com aquele olhar. É impossível salvá-lo. Eu sei disso, mas não consigo admiti-lo.
Olho para a ferida do Sam. Vêm-se as costelas, está horrível!
- Mesmo que me possa salvar, eu peço-lhe que não o faça. - Sussurra o Sam - Chegou a minha hora e não quero impedi-la.
Deixo cair uma lágrima. Estou sozinho.
A respiração do Sam fica cada vez mais agitada.
- Dylan? - Diz ele com os olhos fechados
- Sim? - Fungo
- Salva a Maggie... por mim. - Diz ele - E por favor, vai para a cama com a Heather, que eu já não aguento mais!
Ele dá uma pequena gargalhada, mas começa a tossir. A Heather está perplexa.
- E queima-me o corpo, quando eu morrer. - Diz ele, por fim
A respiração dele começa a ficar muito lenta.
- Sam? - Pergunto
Ele não responde. A sua respiração parou. Ele está morto.
- Não podemos queimar aqui o corpo. Estamos no meio da floresta. - Diz a Rhonda
- E nem vamos fazer isso. - Digo - Vamos enterrá-lo, como um guerreiro. Ao menos morre debaixo de terra e não queimado. Ele iria gostar de ser enterrado onde morreu.
Levanto-me e a Heather abraça-me.
- Ele era uma boa pessoa. - Diz a Heather ao meu ouvido - Nem a cura o conseguiria salvar se ele voltasse. Os ferimentos dele eram muito graves e se depois o curássemos, ele morreria de seguida.
Eu sei. E vou conseguir a cura para fazer um dos seus últimos pedidos: eu vou curar a Maggie, custe o que custar.
A quarta temporada acabou muito bem, no meu ponto de vista! Mas começou a quinta temporada muito mal para Sam e Dean Winchester!
A quarta temporada foi uma temporada fantástica, cheia de mistérios e novas criaturas. Mas a quinta, também é muito boa!
Adorei esta temporada, mas teve alguns episódios que achei estranhos, pois esta temporada foca-se no Apocalipse e existem episódios fechados que eles não dão a mínima para isso e nem se nota que o mundo está a chegar ao fim.
A quinta temporada introduziu novas perosnagens, como o demónio Crowley e Lúcifer. Gostei muito de ambos!
Esta temporada fecha o arco principal da história, pois Eric Kripke (o criador da série), planeou a série para apenas cinco temporadas e decidiu terminar a história principal nesta temporada. Mas a série teve um aumento de espectadores e então a CW (canal responsável por emitir a série) renovou a série para mais uma temporada. Mas Eric Kripke saiu do seu cargo e até agora, apenas ajuda um pouco na escrita e direção de alguns episódios.
Esta temporada começou com o ínicio do Apocalipse. Os anjos enganaram os Winchester. Estes queriam começar o apocalipse para limpar o mundo dos humanos e ter uma população divina, em que Deus só os pudesse adorar a eles, pois Deus preferia os humanos aos anjos.
Sam ficou viciado no sangue de demónio por causa de Ruby, e esta enganou-o. Ruby apoiava Lúcifer e mentiu a Sam, que se matasse Lilith, os selos não poderiam ser quebrados.
Sam mata Lilith e quebra o último selo da jaula de Lúcifer. Ao acontecer isso, o Apocalipse começa.
Dean e Sam ficam presos na sala onde Lúcifer se começa a erguer e de repente, estão num avião, um pouco longe do sítio onde estavam.
Dean está zangado com Sam por este não lhe ter dado ouvidos à cerca de Ruby. A relação entre os irmãos fica muito má.
Eles vão ter com o profeta Chuck, para tentar saber alguma coisa sobre Castiel, que desapareceu depois de avisar Dean que os anjos queriam o Apocalipse.
Chuck conta que Castiel foi morto por ter traído os anjos, mas não pode dizer muito mais, pois está a ser vigiado pelos anjos.
Para não correrem riscos, Chuck envia uma fã dos livros "Supernatural", chamada Becky, que conta aos irmão que os anjos estão à procura da espada de Miguel, a única coisa que pode matar Lúcifer. Becky conta que Chuck ouviu uma pista sobre a localização da espada.
Sam e Dean tentam descodificar a pista, mas dão de caras com Meg, que possuiu Bobby. Bobby consegue controlar o corpo por uns segundos e esfaqueia-se, fazendo Meg sair do seu corpo. Os irmãos conseguem descodificar a pista e descobrem a localização secreta.
Sam e Dean partem para essa localização, mas são surpreendidos por Zacarias. Estes fez Chuck ver essa localização para os irmãos se encontrarem com ele.
Zacarias explica que a espada de Miguel está em Dean e que este precisa dizer "Sim" a Miguel, para este o possuir e matar Lúcifer. Dean recusa e Zacarias ameaça matar Sam e então, começa a torturar os irmãos.
Castiel aparece milagrosamente e confronta Zacarias, revelando que Deus o ressuscitou e que também colocou os irmãos naquele avião. Zacarias desaparece e Castiel faz uma espécie de feitiço nos dois irmãos, colocando umas runas nas suas costelas, que os protege dos anjos e assim estes, não os conseguem localizar.
Bobby está no hospital e revela aos irmão que ficou com lesões muito graves, ficando numa cadeira de rodas.
Sam e Dean concordam que já não podem confiar muito um no outro e separam-se.
Lúcifer está em busca do seu recepiente, que é Sam, mas como Lúcifer ainda é um anjo, precisa que Sam diga "Sim". Em vez disso, Lúcifer arranja um recepiente temporário, num homem chamado Nick, mas como não é o recepiente destinado, este começa a deteriorar-se com o tempo.
Será que os irmãos conseguirão parar o Apocalipse e matar Lúcifer?
Esta temporada é muito boa! Adorei! Tem episódios muito divertidos e como tudo, alguns muito aborrecidos.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
João Jesus
Chamo-me João Jesus. Sou escritor e blogger! Sou português e habito num concelho do distrito de Vila Real!
A leitura, a escrita e o filme são as minhas grandes paixões.
letrasaventureiras@sapo.pt
Luís Jesus
Chamo-me Luís Jesus. Sou ilustrador e blogger. Adoro ilustração e tecnologia.
Apesar de ser ainda novo, o meu sonho é licenciar-me em engenharia informática e visitar países como a Austrália, Singapura, China e EUA.
Plágio é CRIME! Não me importo que utilizem os meus textos desde que os identifiquem com o nome pelo qual os escrevo ou o link do blogue. As fotografias que utilizo são retiradas da internet, no entanto, se houver alguma fotografia com direitos de autor: estes não serão esquecidos. Obrigada!